a voz que sussurra

nas linhas... as linhas... pelas linhas... entrelinhas...

De repente...

... como um súbito golpe no dedo, agride-nos o medo. É coisa fria que aperta cá dentro. Vem antes do lamento. Mas primeiro é calor. É fogo na barriga. É tristeza irracional sem saber o que dizer. Nunca há quem nos diga por que razão nos dói assim a barriga. É instinto? É o que sinto? É o que sei? É o que não sei?

5 comentários:

~pi disse...

não te enganes a ti

não dês conversa

ao medo ]]

afasta

o frio

dou-te um

beijo

na barriga

________________


anda-comigo

vem-cá,

dá-me um



de

a dor me cer mos

agora,

já,





~






~

Alexandra disse...

"Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias
para te dizer, com a simplicidade do bater do coração,
que afinal ao pé de ti apenas sinto as mãos mais frias
e esta ternura dos olhos que se dão.

Nem asas, nem estrelas, nem flores sem chão
- mas o desejo de ser a noite que me guia
e baixinho ao bafo da tua respiração
contar-te todas as minhas covardias.

Ao pé de ti não me apetece ser herói
mas abrir-te mais o abismo que me dói
nos cardos deste sol de morte viva.

Ser como sou e ver-te como és:
dois bichos de suor com sombra aos pés.
Complicações de luas e saliva"

(JGFerreira)

...shh.............

~pi disse...

sinto esta

tristeza

de animal

só,

sinto,

( animal



a

res pirar

sozinho,





~

in_side disse...

Então Almitra disse:

-Fala-nos do Amor.

Ele levantou a cabeça
e olhou o povo;
um silêncio caiu sobre eles.
E disse com voz forte:

- Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam duros e escarpados.

E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir.

E quando vos falar, acreditai nele;
apesar de a sua voz
poder quebrar os vossos sonhos
como o vento norte ao sacudir os jardins.

Porque assim como o vosso amor vos coroa,
também deve crucificar-vos.
E sendo causa do crescimento,
deve cuidar também da poda.

E assim como se eleva à vossa altura
e acaricia os ramos mais tenros
que tremem ao sol,
também penetrará ate às raízes
sacudindo o seu apego a terra.

Como braçadas de trigo vos leva.

Malha-vos até ficardes nus.

Passa-vos pelo crivo
para vos livrar do palhiço.

Mói-vos até à brancura.

Amassa-vos até ficardes maleáveis.
Então entrega-vos ao seu fogo,
para poderdes ser
o pão sagrado no festim de Deus.

Tudo isto vos fará o amor,
para poderdes conhecer
os segredos do vosso coração,
e por este conhecimento
vos tornardes um bocado
do coração da Vida.

Mas, se no vosso medo,
buscais apenas a paz do amor,
o prazer do amor,
então mais vale cobrir a nudez
e sair da eira do amor,
a caminho do mundo sem estações,
onde podereis rir,
mas nunca todos os vossos risos,
e chorar,
mas nunca todas as vossas lágrimas.

O amor só dá de si mesmo,
e só recebe de si mesmo.

O amor não possui
nem quer ser possuído.

Porque o amor
basta ao amor.

Quando amardes, não digais:
-Deus está no meu coração,
mas antes:
- Eu estou no coração de Deus.

E não penseis
que podeis guiar o curso do amor;
porque o amor, se vos julgar dignos,
marcará ele o vosso curso.

O amor não tem outro desejo
senão consumar-se.

Mas se amardes, e tiverdes desejos,
deverão ser estes:

Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.

Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela própria inteligência
do amor, e sangrar
de bom grado e alegremente.

Acordar de manhã com um coração alado
e agradecer outro dia de amor.

Descansar ao meio dia
e meditar no êxtase do amor.

Voltar a casa ao crepúsculo
com gratidão;
e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado
e um canto de louvor na boca.


in ´O Profeta`

Khalil Gibran




~

shh disse...

ah!
o engano...
tudo
tem
amizade
ao erro
tudo
lhe
está
tão próximo
mas
a cadeia
dos
braços
é sempre
um
bom
lugar

~

palavras...
o resto
são
apenas
interpretações

~

morremos
como
nascemos...
sós
resta-nos
não vivermos
assim

~

falar
de amor:
"eu e tu...
o resto
fica
nas mãos
de ambos"